Se já teve algum contacto com a área da gestão ou contabilidade, certamente já ouviu falar nas siglas FIFO e LIFO. Mas o que são e para que servem o FIFO e o LIFO?
Estes são dois dos métodos de custeio de stocks mais comuns. Estas métricas são utilizadas pelas empresas para mensurar o seu inventário e o custo dos produtos que vendem ou consomem.
Se é gestor de uma empresa, deve ter bastante atenção ao sistema de custeio que aplica. Este terá grande relevância para a estrutura logística e os resultados financeiros da empresa. Os resultados podem variar completamente consoante o método de custeio aplicado. São vários os métodos de custeio que podem ser aplicados: FIFO, FEFO, LIFO, Custo Médio Ponderado, Custo Específico ou Custo Padrão.
Neste artigo, falamos especificamente sobre o FIFO e o LIFO e explicamos quais as suas diferenças.
O FIFO representa a expressão “First In, First Out” ou em português, "Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair". Significa que, na sua aplicabilidade, os primeiros produtos que foram comprados ou produzidos serão os primeiros produtos a ser vendidos ou consumidos.
A nível logístico, este conceito é interessante e utilizado sobretudo em atividades com produtos com prazos de validade curtos.
O LIFO, “Last In, First Out”, que traduzido será, "Último a entrar, Primeiro a sair" constitui outro método de custeio de stocks. Representa uma realidade em que as empresas trabalham com produtos com alto nível de rotação de stocks. Ou seja, aplica-se sobretudo a produtos que não têm vida útil limitada ou que tenham uma vida útil de longa duração.
Por questões financeiras e logísticas, as empresas poderão optar por vender ou consumir os produtos mais antigos. Ou seja, aplicando o LIFO, os últimos produtos a ser comprados ou produzidos são os primeiros produtos a ser vendidos ou consumidos.
Suponhamos que uma empresa comprava o Produto X para vender posteriormente, nos seus estabelecimentos. Durante o mês de outubro comprou várias unidades do produto por 3 vezes:
No dia 18 de outubro, venderam-se 100 unidades ao cliente Y. Qual foi o custo do stock vendido?
Pelo método FIFO, as 100 unidades que foram vendidas correspondem às 100 primeiras unidades que deram entrada no inventário. Cada uma destas unidades teve um custo de 50€.
O custo total do stock vendido foi de 100 x 50€ = 500€.
Pelo método LIFO, as 100 unidades que foram vendidas correspondem às 100 últimas unidades que deram entrada no inventário. Cada uma destas unidades teve um custo de 100€.
O custo total do stock vendido foi de 100 x 100€ = 1.000€.
Ambos os métodos de custeio de inventário têm as suas vantagens e desvantagens. A escolha pela aplicação de um deles depende do contexto económico e operacional em que a empresa se enquadra. Também deve ser tida em conta a estratégia financeira e logística que a empresa pretende seguir assim como o tipo de produto comercializado.
Os gestores devem ponderar bem a métrica que devem aplicar. Por exemplo, consideremos uma empresa inserida num determinado grupo empresarial, que tenha de demonstrar altas margens de lucro. Mesmo que trabalhe com produtos que não têm uma vida útil limitada, a aplicação do LIFO poderá não corresponder aos objetivos. Neste caso, o FIFO poderá ser uma melhor escolha.
Consideremos agora uma empresa cujo objetivo passa por minimizar as cargas fiscais. Suponhamos que tem um armazém que possibilita uma logística em que os primeiros artigos a entrar são também os primeiros a sair. Neste caso, ainda assim, não será uma boa estratégia adotar o FIFO. Nesta situação, o LIFO é um método mais adequado.
No Centralgest Cloud, o método de custeio de stocks está associado aos artigos. Esta configuração pode ser feita na manutenção dos artigos. Na ficha do artigo, no primeiro separador, dos Dados Principais, poderá indicar qual a valorimetria aplicável.
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